Sim, vai haver sangue... e não é pouco.

Jigsaw, um dos mais imaginativos e bem conseguidos vilões dos últimos tempos, está de volta para atormentar a vida de mais uma mão cheia de gente. Bem ao estilo de Cube, no ínicio deste filme um grupo de pessoas acorda numa sala sem saber como ali foi parar, nem qual o seu propósito. Assim que descobrem a cassete deixada pelo autor do rapto, percebemos que estamos prontos para mais uma puzzle na mente diabólica de Jigsaw.

Saw tinha reavivado o género, glorificado em se7en de David Fincher, dos thrillers sobre serial killers, deu um novo significado ao conceito de twist final e conseguiu aliar um empolgante filme de suspense com o mais explícito do gore. Aqui a fórmula é elevada a um nível sem precedentes e ficando na história como uma das melhores sequelas de sempre.

Mas, atenção, nada disto poderá corresponder à vossa opinião se não partilharem do gosto pelo macabro, pelo sangue aos litros, pelo sinistro de uma (ou mil) seringas... Não é, sem dúvida, um filme para os fracos de estômago. Se Saw conseguia deixar alguma margem para a imaginação, Saw II está determinado a não nos deixar descansar a vista. E que regalo, cada morte é requintada com deliciosos pormenores que nos fazem entrar no complexo mundo de Jigsaw.

Comparativamente com o primeiro há algumas mudanças para pior e outras para melhor. Se a realização não está sequer perto de ser tão assustadora como o primeiro filme (também porque este escolheu um caminho mais explícito de violência, por contraste com a violência psicológica que abundava no primeiro) por outro lado tem pormenores de técnicos fantásticos, como a montagem frenética ou a fotografia.

É portanto um filme para quem procura um escape do cinema limpo, cuidado, censurado e dissimulado. Aqui tudo está às claras (ou mais precisamente às escuras), o que acontece não é filtrado, por mais desagradável que isso seja para o espectador. É mesmo caso para dizer: se é facilmente impressionável, ou está grávida, este filme não é aconselhável. Se não, não percam.